Bulbos, rizomas, tubérculos e cormos: qual a diferença?



Por: Rose Aielo Blanco

Amarilis - planta bulbosa

É muito comum, entre os amantes de flores e plantas, ouvirmos a frase: "é só plantar a 'batata' que ela cresce rapidinho...."
ou então: "esta planta tem uma 'batatinha' ...". Afinal: o que é realmente a tal "batata" ou batatinha"?

A tal "batata" é o nome genérico que costuma-se dar aos órgãos especializados no armazenamento de nutrientes de determinadas espécies de plantas. Estas plantas apresentam modificações dos seus órgãos, que se especializam no armazenamento de substâncias, na absorção e na sua sustentação para que possam sobreviver sob condições ambientais adversas. Só que estes órgãos especializados distinguem-se entre si de acordo com suas características e recebem o nome de bulbos, cormos, tubérculos e rizomas.

São estas estruturas que permitem às plantas sobreviver em condições adversas como as estações muito frias e secas, para que rebrotem no ano seguinte como novas plantas. As substâncias armazenadas variam de acordo com a espécie. A capacidade destes órgãos especializados em armazenar nutrientes é tanta, que muitos deles são utilizados na alimentação humana, uma vez que são mais ricos em nutrientes que as partes aéreas das plantas. Bons exemplo são a batata, o gengibre, a cebola e o alho.

Tudo funciona mais ou menos assim: terminado o período de condições adversas, as plantas que ficaram reduzidas aos seus órgãos de reserva voltam à sua vida e, por terem armazenado nutrientes, têm a condição de despertar para florescer novamente.

E o que são estes órgãos de reserva? São caules modificados, ou seja, bulbos, cormos, tubérculos e rizomas são todos caules modificados e adaptados para acumular nutrientes. Agora vamos às diferenças entre eles:

Bulbos: Na prática, o termo é usado para designar qualquer formação subterrânea vegetal que armazena energia. É muito comum que se chame genericamente de "batata". Mas, na verdade, nem todas as plantas que apresentam tal estrutura são autênticas "bulbosas". Os bulbosgeralmente são globosos, apresentam formato de cebola, a partir dos quais brotam folhas e flores. São estruturas complexas subterrâneas, onde uma porção denominada prato representa o caule. O prato é envolvido por folhas modificadas (chamadas catáfilos ou escamas), suculentas, que armazenam substâncias de reserva. Exemplos: cebola, alho, lírio, amarílis e (copo-de-leite coloridos).





Rizomas: Seu comportamento é similiar ao do bulbos, mas trata-se de um caule modificado em forma de raiz.
A exemplo dos bulbos, os rizomas são ricos em reservas energéticas para a planta. Os rizomas são levemente cilíndricos e apresentam crescimento horizontal, paralelo ao solo, podendo ser superficial ou subterrâneo. Possuem gemas ao longo de sua extensão, de onde surgem as brotações. As plantas com rizomas crescem formando touceiras que podem ser separadas para formar novas plantas. Para produzir mudas, o ideal é cortar um pedaço do rizoma que contenha duas ou três gemas cada um. Exemplos de plantas com rizomas: bastão-do-imperador, gengibre, íris, alpínias, strelitzia, espada-de-São-Jorge e bananeira.



Tubérculos: Trata-se de um caule modificado em forma de raiz, arredondado, hipertrofiado, que acumula substâncias de reserva (amido). Os tubérculos apresentam saliências denominadas olhos ou brotos (gemas). Em relação ao cultivo e comportamento, o tubérculo é muito semelhante ao bulbo. Exemplos: batata-inglesa, cará, inhame, caládio, tinhorão e dália.





Cormos: São semelhantes aos bulbos (são considerados até bulbos maciços). Existe inclusive a comparação com rizomas que sofreram encurtamento. Os cormos são compostos de uma haste engrossada, coberta por uma casca fina de textura semelhante ao papel. No topo do cormo, uma gema produz raízes e brotos. Possuem catáfilos secos (folhas modificadas) e são bem menores que os bulbos. Exemplos: palma-de-santa-rita e açafrão.




Como armazenar bulbos
Com a chegada do outono, as plantas bulbosas secam em sua parte aérea. É hora de desenterrar os bulbos, cortar o caule perto da base e limpá-los bem com água. Depois, é só colocálos dentro de uma caixa com areia bem seca, deixando os bulbos sobre a areia. Mantenha a caixa em local ventilado e sombreado.

Dicas de plantio
De forma geral, as orientações para o plantio de bulbos, rizomas, tubérculos e cormos são as seguintes:
1. Forre o fundo do vaso com pedriscos, para facilitar a drenagem. Coloque uma camada de substrato (partes iguais de areia e terra vegetal) e acomode o bulbo, rizoma, tubérculo ou cormo.
2. Preencha as laterais com substrato e pressione para fixar bem. Regue de forma a não encharcar a terra.

Veja abaixo a profundidade ideal de plantio para cada tipo:

1 - Begônia-tuberosa (tubérculo) - (Begonia x tuberhybrida) 
2 - Agapanto (rizoma) - (Agapanthus africanus)
3 - Biri (rizoma) - (Canna indica)
4. Gladíolo ou palma-de- Santa Rita (cormo) - (Gladiolus hortolanus)
5. Dália (tubérculo) - (Dahlia sp)
6 - Lírio (bulbo) - (Lillium pumilum)

Gengibre - planta rizomatosa


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